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Página:Historia e tradições da provincia de Minas-Geraes (1911).djvu/167

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Roberto; a minha ausência em nada poderia favorecê-lo, já que quer que lhe diga toda a verdade; o senhor vai matá-la.

– Não me mete cucas, senhor Eduardo; eu sei o que é um coração de moça. Mande-se mudar e deixe-nos, que tudo se arranjará por cá sem o senhor, sem dúvida nem matinada. A moléstia de minha prima apareceu com o senhor; desapareça, que ela também desaparecerá.

– Talvez a sua presença lhe seja mais fatal... mas não foi para estarmos a brigar, que o chamei, senhor Roberto; já lhe disse o que há; agora diga-me de uma vez, quer ou não quer salvar sua prima...

– Salvá-la como?... de quê?... salvá-la do senhor?... estou pronto.

– Não se faça desentendido. Quer ou não quer desobrigar-nos a ela do sim que lhe deu, e a mim do juramento?...

– Do juramento?... pois o senhor já não o quebrou?.. pode ainda quebrá-lo quantas vezes quiser.

Eduardo perdia a paciência; todavia tentou ainda com termos brandos e persuasivos reduzir a índole crespa e revessa de Roberto. Foi tempo perdido; nenhuma razão podia calar naquela cabeça de ferro, nenhum sentimento acalmar aquele coração irritado.