dos homens. Mas, meu amigo, que hei de eu fazer?... acima de tudo está Deus, a religião, a honra, a consciência.
– Não me diga tal; nem Deus nem a religião querem o suplicio inútil e a morte de uma inocente criatura.
– Deus abomina o perjúrio, senhor Ribeiro...
– Deus não aceita um juramento louco... Entretanto são os senhores dois os algozes de minha filha! Pobre Paulina!... o destino fez-te escapar das garras de uma onça para te colocar entre duas feras ainda piores...
Dizendo isto o infeliz velho lastimava-se e chorava como uma criança, arrancando as cãs e praguejando da sua sorte.
– Ânimo, meu amigo!... disse-lhe Eduardo, chegando-se mansamente para ele. Não se entregue assim ao seu pesar. O estado de sua filha não é ainda para desesperar. Com a minha ausência seu espírito acalmará; não há sofrimento algum, a que o tempo não traga algum alívio. Quanto a mim não devo parar mais nem um instante nesta casa, onde a minha presença parece que é e será sempre um desastre. Adeus, senhor Ribeiro!... perdoe-me, se sou a causa involuntária de tantos sofrimentos... por piedade, não se queixe de mim... sou digno de lástima, mais do