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Página:Innocencia (1872).djvu/163

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desabrido, vosmecê está que nem mulher velha, tudo quer saber...

Meyer, nessa repreensão, que lhe causou vexame e alguma admiração, só enxergou censura justa a sua curiosidade, falta que confessou com toda a nobreza, embora agravando a situação.

—É verdade, sr. Pereira, concordou ele. A boa educação não manda o que eu fiz .. mereço, porém, desculpa, mereço... Sua filha é tão interessante... que me lembro sempre dela... Tenho comigo uns presentezinhos...

—Guarde-os, rosnou Pereira abafando a reflexão num acesso de tosse.

E para evitar o prosseguimento de semelhante assunto, deu por finda a refeição, levantando-se da mesa.

— Aí vem o Coelho, doutor, exclamou ele olhando para fora. Xi! como esta amarelo!... Há tempos que o não via... já parece alma do outro mundo... É do tal em quem falamos... Aperte-o, porque é mofino como tudo...

E, interpelando a quem chegava gritou:

—Bons olhos o vejam!... Se não fosse, amigo Sr. Coelho, ter médico em casa, nunca havéra de vê-lo por cá; não é verdade?

—Ora, respondeu o outro com um gemido, ando sempre tão doente. Nem faz gosto viver assim... Mas qu'é dele, o homem?

—Está aqui...

—Já me disseram que faz milagres. Deixou nome para lá das Parnaíbas... Sabia?

— Lá que tivesse deixado nome, não: mas que é cirurgião