os vinte-sete de julho, até a consummação dos seculos; salvo o caso de ninguem se lembrar d’aqui a cem ou duzentos annos de que existiu no mundo o meu rico sancto; mas espero tal não aconteça ficando lançada a sua memoria nestas paginas, ás quaes incontestavelmente pertence a immortalidade.
“Mas—acudirão os leitores—que nos importa a nós que essa commemoração seja a vinte-sete ou a vinte-oito: seja em julho ou em dezembro? Vamos á festa, e deixemo-nos de historias.”—Devagar, devagar! É justamente porque isto é uma historia grave, sisuda, erudita, que eu não me havia de metter abrutadamente na narração, sem deixar averiguada, esmiuçada e fixada a data precisa e irrecusavel do meu recontamento. Sabem o que é uma data? Uma data é, depois de uma questão de orthographia, do talho e feitura de uma judia, a que os nossos velhos chamavam uma aljuba, e depois de um phalansterio, a que os dictos velhos chamariam uma sandice, a cousa mais importante que conheço neste valle de lagrymas. No caso presente, supponhamos que eu fosse um cabeça de vento, que atirasse com S. Pantaleão para vinte-sete de dezembro. Ficavamos aceiados; não tem duvida! Ahi se me ía metter a segunda oitava do Natal com o