Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/10

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porém, que, na leitura, póde ser este desacompanhado daquelle. Pelo que respeita ás repetições, passará as vistas por cima delas o leitor benevolo, sem enxergar materia para corpo de delito contra o autor, atentos os motivos explicados.

Cumpre advertir, que, conquanto cada uma das duas narrativas tenha acção propria, comquanto cada uma delas possa subsistir sem a outra, para melhor conhecimento da guerra dos mascates em que ambas se inspiraram, a leitura do Matuto sem a do Lourenço, e vice-versa, não é bastante.

Esforcei-me por dar, quer no primeiro quer no último, uma idéa tão completa quanto possivel, dessa guerra, ainda pouco estudada, não obstante a sua originalidade, por si só no caso de convidar a serio exame e meditação o historiador depois do economista e do politico. Pouca ou nenhuma importancia se lhe tem dado entre nós; é certo comtudo que, sem a guerra dos mascates, a qual deixou um valo profundo entre brazileiros e portuguezes. não teriamos a revolução de 1817, radiante e alva de que fôra aquela guerra o pallido crepusculo precursor do dia da Independencia em 1822.

Antes da emancipação das colônias americanas (1776), antes da conjuração mineira (1789), reunida a nobreza com o Senado da Camara de Olinda, em 1710 tratou de dar á capitania de Pernambuco outra fórma de governo, independente de Portugal: foi a