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Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/28

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resolutos a derramar até a última gota de sangue em defesa do bispo ameaçado em sua vida pelos mascates, nos primeiros tempos do cerco do Recife.

Mas a agradável ilusão durou pouco. Rumor de passos fez-se ouvir, e um novo interlocutor, entrando inesperadamente na sala, advertiu:

— Matias Vidal desapareceu, não se sabe para onde. É o que acabo de ler em uma carta escrita por seu genro a Manoel de Lacerda.

O novo interlocutor era André Cavalcanti que, sabendo esta triste notícia, correra a participá-la a Cosme Cavalcanti, seu irmão.

Cosme refletiu um momento.

— Não importa - disse depois. Tenho cá o meu plano, e para sua realização conto convosco, Sr. Luís Vidal, e convosco, André. Estarei enganado?

— Podeis contar, podeis contar conosco - responderam os dois ao mesmo tempo.

— Morrerei onde morrerdes - ajuntou Luís Vidal.

— Estando convosco, Sr. Cosme - disse André Cavalcanti - parece-me que terei por mais certa a vitória que a derrota.

— Que plano é o vosso? perguntou o sargento-mor.

— Irei para as minhas fazendas de gado no Açu.

— Estão muito distantes. Não poderei acompanhar-vos até lá - tornou João da Cunha.