Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/85

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Era situada a fazenda de gado de Cosme Cavalcanti na comarca de Açu, à margem de um rio. Receando ser aí mesmo perseguidos, não obstante estarem muitas léguas distantes dos rancores e vinganças pessoais, resolveram ocultar-se não na casa da fazenda, mas em uma palhoça em que os vaqueiros se recolhiam por ocasião da ajunta do gado. Para mais segurança, somente tomavam a palhoça de dia: as noites iam eles passá-las numa caatinga.

Cosme pouco ou nada pudera fazer para a formação do corpo de milicianos que planejara. Todos os vaqueiros e criadores tinham sido chamados antes de sua chegada, pelo governador Manoel da Rocha Lima, a pegar em armas; a maioria deles ocupava-se em proceder a diligência contra a nobreza. Depois de esforços incomparáveis, reconhecendo que somente lhe estava como único recurso, encobrir-ser às vistas dos que tramavam incessantemente o seu aniquilamento, chamou para junto de si os poucos sertanejos que pôde reunir, e os escravos fiéis. Mas esta resolução quando foi tomada, já não podia surtir o efeito esperado, era de todo sabido que ele estava no lugar, e o governador já aparelhava expedição para dar no rancho, quando chegou Jerônimo Paes, com as requisições do governador de Pernambuco. Então não houve mais demora, Rocha Lima encarrega o Coronel do Açu, João de Barros Braga, de prender a todo custo os emigrados pernambucanos. Um vaqueiro, encontrando-se com a força,