sempre nos povoados há alguém que fala pelos perseguidos.
Este alvitre de Lourenço foi aceito com reconhecimento por todos os almocreves, e ainda mais acrescentou o seu vulto, já desenhado em grande tela na imaginação deles.
Quando chegaram à palhoça, era quase noite. Lourenço apenas lhe deu os esclarecimentos necessários, continuou a jornada até Bujari, onde não se demorou, e mais tarde, com o intento de saber se o encontro com o bando já era conhecido na vila e se tomavam providências contra os desobedientes, dirigiu-se até lá.
Goiana estava cheia de uma notícia, mas de estrondo - a prisão dos irmãos Cavalcanti.
— Quero ter o gosto de vê-los entrar aqui amanhã com as cordas nos pulsos - dizia um mascate. Quero chegar-me ao Cosme, que de todos ele é o mais peitudo, e perguntar-lhe: "Onde está a tua fama, pé-rapado mofino?"
Outro dizia:
— Hei de dar-lhe uma bofetada e ameaçá-lo de dar outra se ele não disser em altas vozes: —"Viva quem me deu". Só assim me pagará o pouco caso em que sempre me teve esse ruim e arrogante mazombo.
— Cá as minhas contas são com o André, que ainda pela última quaresma teve para mim gestos de desprezo, por lhe parecer que estavam mal pesadas umas caixas de açúcar que mandara para o meu armazém. Chegou