particularmente Os descontentes, de Racine, que era em verso e da qual falava com muito louvor Arthur Azevedo. Ouvira-a elle em grande parte quando lida pelo proprio Machado de Assis a uma companhia portugueza, com o intuito de a fazer reprezentar. Posto fizessem parte da companhia alguns atores estimaveis e capazes de estimar um trabalho de Machado de Assis, não acolheram como era justo a peça, talvez por demaziado fina para o gosto e o costume do publico: e uma observação ou gracejo de um dos atores, Silva Pereira, aborreceu o tradutor, a ponto que suspendeu a leitura e recuzou aprezentar a peça. Talvez a rasgasse depois disso: o certo é que não houve mais noticia della, nem ficou vestijio seu entre os papeis do escritor.
As outras traduções, Queda que as mulheres têm para os tolos, Pipelet, O anjo da meia noite, O barbeiro de Sevilha, A familia Benoiton e Montjoye vêm citadas no dicionario bibliografico, de Sacramento Blake. Não lhes descobri o paradeiro e, salvo a primeira, parece que não chegaram a ser publicadas. Escreveu-as Machado de Assis entre os anos de 1860 a 1870, época do seu inicio na imprensa e da mais fervoroza e duradoura faze de literatura dramatica que já houve no Brazil. A influencia dos escritores francezes dominava como sempre em primeira mão a literatura brazileira e o exito da nova escola de teatro em França estimulava os ensaios dramaticos entre