nós. Quazi que não houve escritor brazileiro que não experimentasse a sua vocação para o genero. O entuziasmo era sincero. Quem não podia compor obra orijinal contentava-se com traduzir as recentes produções chegadas da Europa. Em todos era o mesmo empenho e gosto de crear um teatro nacional.
Machado de Assis, nos seus ultimos anos, quando ouvia falar na rejeneração ou ainda creação desse teatro, costumava lembrar aquelle outro periodo da sua mocidade, e contava que alguns rapazes entuziastas, Sizenando Nabuco e outros, estudantes em S. Paulo, vinham ao Rio de Janeiro para assistir ás rcprezentações de peças novas. Iam a Santos tomar o vapor, que ainda não havia a estrada de ferro, e dois ou tres dias depois regressavam para a tarefa de academicos. Machado de Assis não fazia confronto entre as épocas e as gentes de uma e de outra, nem tirava concluzões. Olhava com simpatia a iniciativa e o esforço de Arthur Azevedo, e dezejava que fossem eficazes: mas estou que não confiava no rezultado delles. Não bastava que houvesse escritores de talento e rezolvidos a escrever para o teatro: não bastava ainda que houvesse um publico intelijente disposto a frequentar o teatro. O essencial, o imprecindivel é que surjissem autores dramaticos com o verdadeiro talento dramatico. Estes creariam o teatro, fariam o publico. Mas não havia auxilio oficial capaz de dar talento dramatico a quem não o tivesse, nem os aplauzos publicos poderiam