Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/190

Wikisource, a biblioteca livre

JÚPITER (indo a ele)

Mercúrio, esta manhã Tens correio.

MERCÚRIO

Ainda bem! Eu já tinha receio De que perdesse até as funções de correio. Quero ao menos servir aos deuses, meus iguais. Obrigado, meu pai! — Tu és a flor dos pais, Honra da divindade e nosso último guia!

JÚPITER (senta-se)

Faz um calor! — Dá cá um copo de ambrósia Ou néctar.

MERCÚRIO (rindo)

Ambrósia ou néctar!

JÚPITER

É verdade! São as recordações da nossa divindade, Tempo que já não volta.

MERCÚRIO

Há de voltar!

JÚPITER (suspirando)

Talvez.

MERCÚRIO (oferecendo vinho)

Um cálix de Alicante? Um cálix de Xerez?

(Júpiter faz um gesto de indiferença; Mercúrio deita vinho; Júpiter bebe)