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Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/302

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CAVALCANTE - Foi buscar charutos, já volta.

D. LEOCÁDIA - Os senhores são muito amigos.

CAVALCANTE Somos como dois irmãos.

D. LEOCÁDIA - Magalhães é um coração de ouro e o senhor parece-me outro. Acho-lhe só um defeito, doutor... Desculpe-me esta franqueza de velha; acho que o senhor fala trocado.

CAVALCANTE - Disse-lhe ontem algumas tolices, não?

D. LEOCÁDIA - Tolices, é muito; umas palavras sem sentido.

CAVALCANTE - Sem sentido, insensatas, vem a dar no mesmo.

D. LEOCÁDIA (pegando-lhe nas mãos) -Olhe bem para mim. (Pausa). Suspire. (Cavalcante suspira). O senhor está doente: não negue que está doente - moralmente, entenda-se; não negue! (Solta-lhe as mãos).

CAVALCANTE - Negar seria mentir. Sim, minha senhora, confesso que tive um grandíssimo desgosto