Ande, vá pregar na China. No fim de dez anos está curado. Volte, meta-se no convento e não achará lá o diabo.
CAVALCANTE - Está certa que na China...
D. LEOCÁDIA - Certíssima.
CAVALCANTE - O seu remédio é muito amargo! Por que é que me não manda antes para o Egito? Também é país de infiéis.
D. LEOCÁDIA - Não serve; é a terra daquela rainha... Como se chama?
CAVALCANTE - Cleópatra? Morreu há tantos séculos!
D. LEOCÁDIA - Meu marido disse que era uma desmiolada.
CAVALCANTE - Seu marido era, talvez, um erudito. Minha senhora, não se aprende amor nos livros velhos, mas nos olhos bonitos; por adorava a V. Excia.
D. LEOCÁDIA - Ah! ah! Já o doente começa a adular o médico. Não, senhor, há de ir á China. Lá há mais livros velhos que olhos bonitos. Ou não tem confiança em mim?