Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/307

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CAVALCANTE - Oh! tenho; tenho. Mas ao doente é permitido fazer uma careta antes de engolir a pílula. Obedeço; vou para a China. Dez anos, não?

D. LEOCÁDIA (levanta-se) - Dez ou quinze, se quiser; mas antes dos quinze está curado.

CAVALCANTE - Vou.

D. LEOCÁDIA - Muito bem. A sua doença é tal que só com remédios fortes. Vá; dez anos passam depressa.

CAVALCANTE - Obrigado, minha senhora.

D. LEOCÁDIA - Até logo.

CAVALCANTE - Não, minha senhora, vou já.

D. LEOCÁDIA - Já para a China!

CAVALCANTE - Vou arranjar as malas e amanhã embarco para a Europa; vou a Roma, depois sigo imediatamente para a China.. Até d'aqui a dez anos. (Estende-lhe a mão).

D. LEOCÁDIA - Fique ainda uns dias...