Vestia em roxa indecisão brumosa...
E de lyrios toucava a sua trança;
E sobre a terra estéril e arenosa
Espalhava a tristeza e a suavidade...
E Marános pensava: como é belo
D'estas alturas virgens contemplar
A Noite, quando tem o sete-estrelo,
Sete espadas de luz no coração!
D'esta altura das águias, das procelas,
É belo o nosso Espirito que fica
Já mais perto de nós como as estrelas,
Enos deslumbra e queima o nosso corpo
D'estes altos é belo ver as nuvens
Com o peso da agua mal voando...
E o perfil da Montanha sempre o mesmo,
A mesma côr e forma revelando...
Nós que somos o vento na mudança,
Á nuvem, onda e fumo semelhantes,
Gostamos de pousar os olhos tristes
Nas cousas sempiternas e constantes...
E a Saudade, enlevada, extasiada,
Via a estranha Paisagem maternal:
O Vale, o Monte; a terra consagrada
De que ela era o Espirito divino.
E seu lumioso olhar, todo frescura
De antemanhã, de névoa e claro orvalho,
N'um suavíssimo canto de ternura
Envolvia Marános e a Montanha...
E na sua fronte limpida e serena,
Que a Tristeza, sorrindo, modelou