CHEGADA DE MARÁNOS Á MONTANHA
Qual noite que não fosse produzida
Pela ausencia do sol, mas que viesse
Ao encontro do sol, e no seu peito
Esse monstro de fogo recolhêsse;
Assim Marános viu a sombra eterea
De Eleonor, novamente, aproximar-se...
Para ele caminhou mais alta e séria
E em sua treva amavel o escondeu...
E logo o dominou de tal maneira,
Que, n'um profundo encanto, a foi seguindo.
E seus pés nem trilhavam a poeira,
Como se um vento olympico o levasse...
E a Pastôra ficou mais grave e humana,
Menos triste n'aquela soledade,
Como a Virgem depois de vêr o Espirito
Pousar em sua carne e virgindade.
E Marános, sonhando, já subia
A encosta arborisada da outra margem...
Azas de clara bruma esvoaçavam
Na frescura do Rio e na paisagem,
Doirada pelo outomno...