Esquece que, no outôno da vida, uma rajada de sofrimento breve desfólha as últimas rosas de juvenil frescura que é um milagre psíquico no seu gracioso e expressivo semblante? E se o encanto espiritual é fascinação e combustível de afeições ideais em ânimos educados, póde sossobrar em desdem e desharmonia após a realização de aspirações e desejos que arrefecem e pulverisam a dedicação, quando consumados e satisfeitos.
Depois, nunca póde aquilatar o grau das dedicações quem tem entre si e elas, a posse ou promessa de uma fortuna que sempre faz medrar cubiças. Méritos sem dinheiro, só raramente se reconhecem. Só penetra o fundo escuro das almas e da sociedade, quem tendo muito que lhe dar em virtudes e pensar, algum dia careceu de reclamar apoio para trabalhar pelo bem comum.
Então, essa sociedade artificiosa e cobarde, recua, retrai-se e uitraja. E faz das virtudes defeitos, para justificar egoismos, convertendo em virtudes defeitos que favorecei as suas mais mesquinhas conveniências.
As almas insaciadas de beleza, nunca se sentem satisfeitas no amor em que dominam as imperfeições de instintos imperfeitos. Só libertas do contágio do mundo grosseiro, sentem as verdadeiras emoções do amôr elevado e nobre que é eucarestia da sua fé, na pureza de um sacrário de virtudes ideais.
E quando o amôr profano é fulminado pela condenação das turbas, pela blastêmia e maldição que medrou em rancôr noutras almas, nunca póde sair de um limbo de tormentos, de expiação e desespêros.