Página:Memórias de José Garibaldi (1907).pdf/262

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D’esta fórma a necessidade publica dava a Garibaldi o seu posto de general, contestado na ultima guerra por aquelles mesmos por quem elle combatia.

⁂ Garibaldi não poude dar-nos os detalhes que se seguem, pela necessidade que tinha de partir immediatamente para a Sicilia; foram-nos porém fornecidos pelo seu amigo, M. Vecchi, o historiador da guerra de 1848, o membro da assembléa romana, o soldado do dia 30 de abril, 3 e 30 de junho; finalmente, o homem em cuja casa Garibaldi passou o ultimo mez da sua estada em Genova, e que d’ali sahiu para embarcar.

Deixamos fallar M. Vecchi, ou antes damos as suas notas originaes.

M. Vecchi falla o francez tão bem como o italiano.

⁂ Garibaldi estava em Ravenne, alistando uma forte legião de voluntarios, quando soube da morte de Rossi e da fuga do papa.

Determinou ir elle só a Roma para se entender com o governo provisorio, cujo factotum era Sterbini; mas fizeram-lhe comprehender que a sua presença em Roma era tão perigosa como os aquartelamentos dos seus legionarios nas legações; e recebeu ordem de se aquartelar em Macerata, cidade socegada, onde o fizeram preceder pela reputação de salteador.

Tendo chegado ali, recebeu ordem de passar com a legião para Rieti. A tropa encaminhou-se por Tolentin, Foligno e Spoléte.

Garibaldi veiu a Ascoli porque soube que a policia bourboneza e papista começava a sublevar a povoação dos Apenninos contra o governo de Roma empregando para isso o dinheiro, o temor e o anathema.