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Á noite acampamos fóra de Palestrina.

No dia seguinte avançámos para occupar os postos avançados, duas milhas mais longe; as nossas patrulhas aventuraram-se até ás linhas inimigas, que tinham os piquetes a quatro milhas de distancia.

Para não ficarmos ociosos faziamos manobrar os nossos soldados que desde Solaro não tinham feito exercicio uma só vez. Era um bello e animador espectaculo para a nossa causa republicana, vêr estes homens que a um quarto de legua do inimigo, aprendiam o manejo das armas de que iam servir-se contra elle, e que ao som da trombeta estudavam a escóla de plutão e o fogo de atiradores.

Á tarde voltámos á cidade, mas foi para dar um novo assalto.

A 7 de maio, tinhamos chegado á meia noite debaixo de torrentes de chuva. O batalhão Manara tinha recebido para alojamento um convento de agostinhos; mas os monges não tinham querido abrir; e, fatigados e molhadissimos os republicanos bateram debalde á porta durante uma hora e soffrendo um vento glacial. Enfim, por muito grande que fosse a paciencia dos bersaglieri esgotou-se; fizeram vir os sapadores, e a porta do convento foi arrombada.

Ainda que esta noite os soldados horrivelmente cançados, ficassem furiosos por similhante acolhimento, ainda que o general dissesse claramente, e não deixasse ignorar á sua gente, que fazia tanto a guerra aos monges hostis á republica, como aos napolitanos, as exhortações de Manara e de seus officiaes chegaram a acalmar os soldados e a impedir as desordens que se podiam esperar em tal occasião. Deitamo-nos tranquillamente sobre o chão dos corredores, e procuramos n’um curto repouso força para supportar novas fadigas.

Por felicidade a fadiga que nos deram os napolitanos não foi grande.

Na noite da batalha os bersaglieri reganharam