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— Viva a Italia!

N’este momento, porém, uma bala lhe entrou pela boca e sahiu pela nuca, abafando-lhe o grito.

No fim de duas horas de agonia expirou.

No dia 10 de junho, recebi aviso do general Roselli de que eu devia tomar o commando de uma grande sortida, que se devia compôr de metade do exercito romano.

Devia operar-se pela porta Cavallegieri, e tinha por fim retomar ou a villa Pamphili ou a villa Valentini.

Em virtude d’isto, o ministro da guerra, Avezzana, tirou-me o commando da linha São-Pancracio, e com a legião italiana e o regimento de bersaglieri, marchei para a praça do Vaticano, onde devia completar-se pelos regimentos Pasi e Mari e a legião polonesa o corpo destinado a esta operação.

Passei a cavallo á frente de cada corpo, chamei os commandantes a conferencia, e communiquei-lhes o fim da tentativa e a maneira pela qual eu comprehendia o ataque.

Fiz em seguida passar a palavra de ordem, distribuir munições, preparando tudo para a hora designada, em quanto que os soldados com os olhos fixos sobre a lua, a apopavam pela lentidão com que fazia o seu giro.

Para evitar um d’estes erros nocturnos tão communs n’estas sortes de expedição, onde, confundindo os amigos com os inimigos, se ferem uns aos outros, ordenei aos meus soldados de vestir suas camisas sobre o uniforme. Foi uma manobra que excitou muito a alegria dos soldados, por causa do estado em que alguns tinham o vestuario interno de que eu fazia o externo.

Ás dez horas da noite, abriu-se a porta e a legião polonesa, commandada por Hoffstetter que deixou um excellente jornal do cerco de Roma, sahiu constituindo a guarda avançada; vinha em seguida a legião italiana, á frente da qual ia o coronel