chegar a uma «estancia» pertencente a um inglez, situada na margem esquerda do Paraná, onde eu provavelmente encontraria algum barco que me transportasse incognito a Buenos-Ayres ou Montevideo. O guia e os cavallos foram arranjados, e começámos a andar por meio dos campos para não sermos descobertos. Tinhamos que caminhar cincoenta e quatro milhas, podendo vencer perfeitamente este espaço em meia noite.
Quando rompeu o dia estavamos á vista de Ibiqui, na distancia de meia milha do rio. O guia disse-me então que parasse ali em quanto elle ia saber que caminho deviamos seguir.
Fiquei pois só.
Apeei-me, amarrei as redeas do cavallo ao tronco de uma arvore e deitei-me, esperando assim durante duas ou tres horas, até que vendo que o meu guia não apparecia, levantei-me resolvido a ir pessoalmente informar-me, quando repentinamente ouvi por detraz de mim um tiro. Voltei-me e vi um destacamento de cavallaria que me perseguia de sabre em punho. Estavam já entre o meu cavallo e eu, era pois impossivel defender-me ou fugir.
Entreguei-me.
XV
A Apoleação
Ligaram-me as mãos atraz das costas, pozeram-me a cavallo, e depois ligaram-me tambem os pés como o haviam feito ás mãos, sujeitando-os á cilha do animal.
Foi n’este estado que cheguei a Gualeguay, onde, como se vae vêr, me esperava um peor tratamento.
Ainda hoje, e já são passados bastantes annos,