Depois, não sei o quê, provavelmente a expressão alambicada da minha cara, desafiou-lhe a vontade de rir, uma vontade de rir irresistivel!
Coitadinha! Que bem educada que ella é!
Suffocou aquella boa hilaridade tão espontanea! Disfarçou perfeitamente o effeito comico que eu lhe produzira, isto com uma graça, tão cheia de infantilidade!
Castigou-me melhor assim, do que outra qualquer fingindo um enleio theatral.
D’alli a nada, a dona da casa, uma senhora de aspecto muito distincto e muito bondoso, veio pedir-lhe com grande empenho que fosse para o piano.
Levantou-se docilmente, e tocou e cantou emquanto quizeram ouvil-a!
Era a simplicidade, a graça, a mais delicada intuição artistica, isto acompanhando uma vocação musical deveras notabilissima.
Nem uma só d’aquellas languidas arias italianas, de um sentimentalismo tão dissolvente e que parecem banhar a alma que as escuta n’um tepido banho de caricias molles!
Musicas graves e de uma austera melancolia como as dos mestres allemães; ou musicas graciosas, ligeiras, scintillantes, inoculando no espirito uma sensação de frescura matutina, de robusta alegria, levando-nos