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MULHERES E CREANÇAS
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atraz das suas notas de crystal, pelas pradarias illuminadas da luz das alvoradas estivas, onde os melros maliciosos assobiam, saltando de ramo em ramo!

Quando sahi d’alli, d’aquella casa hospitaleira, em que o espirito parecia dilatar-se affectuosamente, pensei de mim para mim que ella havia de ser minha mulher!


...Sabes uma cousa? Temos um filho! Estas palavras a ti não te dizem nada, a mim banham-me o coração n’uma alegria que em lingua humana se não póde exprimir.

A deliciosa canção da minha felicidade, canto-a eu em beijos chilreados, no corpinho roliço e avelludado, no corpinho de leite do meu primeiro pequenino!

Vivemos em um bairro pouco central, em uma rua muito socegada, onde passam pouquissimos trens, e onde se não ouve o pregoar rouquenho dos vendilhões ambulantes.

O nosso orçamento é de uma exiguidade que faz rir, mas não sei porque minha mulher tem a habilidade de fazer render da maneira mais milagrosa os nossos modestissimos haveres.

Creio que se ámanhã me visse rico, não podia ser tão feliz.

Se eu fosse rico, havia de ter criados, não é verdade?