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Página:O Barao de Lavos (1908).djvu/20

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após uns segundos de arreliante embaraço, mal conseguiu balbuciar:

— Estou á espera d’uns rapazes... Combinámos vir ao Circo hoje... Mas demoram-se.

— Não sei como ainda ha quem ature esta massada, — commentou Henrique, apontando com a bengala o portal do Circo.

E o barão, um nadinha humilhado:

— A’ falta de outra coisa... — E depois, para a esposa de Henrique: — Como está vosselencia, minha senhora?

— Eu bem. E a Elvira?

Quasi ao mesmo tempo, Henrique perguntava:

— Ha cá hoje algum trabalho novo?

— Não, — tornou o barão; — isto foi por não termos para onde ir.

— E então vens esperar os teus amigos para este lado?

— Sim, bem vês; aqui, longe do apertão, vejo melhor quando elles chegam.

— Pois nós vamos á Baixa. A Leonor anda ha dias para fazer umas compras... Aproveitamos hoje, que me apanhou mais desembaraçado.

— Imagine, barão, — acudiu, n’um abandono íntimo, D. Leonor, — os pequenos estão sem ter que calçar; eu tambem preciso umas miudezas; e depois de ámanhã casa-se aquela minha creada, a Joaquina, que me pediu para ser madrinha do casamento, e eu tenho de lhe dar alguma coisa.

— Muito louvavel, minha senhora, muito louvavel... — apoiou o barão, já outra vez empolgado pelas degenerescencias do sangue, e fixando com avidez um ephebo que vira despontar das bandas do Passeio.