Página:O Gaucho (Volume I).djvu/25

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Estava fresca a manhã. Em setembro ainda reina o inverno na campanha; e nesse dia soprava o minuano, vento glacial, que desce dos Andes. Apezar do sól que dardejava em um céo límpido e azul, o frio cortava.

Depois de algum tempo de marcha, avistou o gaúcho no meio do campo o rancho de um posteiro, que assim chamam nas estâncias os vaqueiros incumbidos de guardar o gado solto. Encontram-se destas choupanas de distancia em distancia pela extensão dos grandes pastos.

O viajante botou o animal para o rancho.

Pela porta aberta via-se no interior um homem deitado no chão sobre um pelêgo, e um fogo a arder no fundo.

— Olá, amigo, Deus o salve!

— Para o servir; respondeu o posteiro virando-se de bruços e levantando a cabeça.

— Sabe-me dizer si o coronel estará em Jaguarão?

— Homem, deve estar.

— Então não sabe com certeza?

— Até antes de hontem lá estava. Mas de um momento para outro pôde ser preciso em outra parte. Ainda mais agora que os caste-