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O reino de Kiato
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veitada como força motriz para todos os misteres. Abandonou-se a agua, o vapor d’agua. Dos moinhos de vento nem mais as azas restam abertas no espaço.

Quiz conhecer uma das cidades manufactureiras, a cidade, ou antes, o kiatisito de Liserna. Não pedi informações por não ser preciso. O serviço de informes é feito pela imprensa, uma vez por semana, e tão perfeito que, de minha casa, conhecia todas as localidades do Reino, suas industrias, população, vida, distancia da capital, uma verdadeira photographia da circumscripção.

Admirei o progresso de Liserna. A ceramica tinha ali chegado á perfeição.

Segundo um estudo que li, nem a porcelana de Sévres, importada no tempo da decadencia, nem a da China, Japão, e outras procedencias podiam competir com o producto kiatense, cuja superioridade era devida á materia prima — o kaolim. Grandes jazidas de feldspatho em decomposição, mas purissimo, sustentavam cerca de doze fabricas. À porcelana era de uma transparencia quasi diaphana e da espessura de uma casca de ovo. Colorida, era dos mais bellos effeitos.

Tomei o trem que me devia levar a Liserna, em uma bella manhã de verão. Logo ao installar-me no vagão, avaliei a superioridade d’aquella via de transporte sobre as innumeras em que tinha viajado em diversas partes do mundo. Os assentos eram commodos divans, sobre molas para amortecer os choques da tracção, como si estes não estivessem amortecidos pelas possantes molas em que, sobre os eixos das rodas, se assentavam os carros.

Pouca trepidação.

As refeições foram servidas em vagões especiaes.O REINO DE KIATO — 8