Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/170

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passara pela solidão sem deixar o menor vestígio. Se algum porventura havia ficado, os onze anos decorridos o tinham completamente desvanecido.

Contudo o menino não desanimava; uma esperança vaga, que, se às vezes amortecia, nunca extinguia-se de todo, o alimentava. Parecia-lhe que o mistério ali estava palpitante no seio da solidão; às vezes julgava ouvir-lhe as pulsações; mas alguma cousa o subtraía à sua curiosidade. O menino acreditava que, avançando na idade, sua razão mais vigorosa descobriria aí mesmo, o que tinha escapado ao seu espírito de quinze anos.

Durante as correrias pelo rochedo e as tentativas sobre o lago, Mário corria a cada instante mil perigos; por isso, desde princípio evitou a companhia de Benedito, que se oporia a qualquer travessura mais arriscada. O preto, cuidadoso pelo menino, a quem amava com extrema dedicação, insistiu em segui-lo; mas só obteve irritá-lo.

Mário fingia mudar de propósito; e quando menos esperavam, desaparecia. Pior era sair Benedito em sua procura; porque então com o