Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/224

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Mário abraçou o negro, e durante alguns instantes confundiram ambos suas lágrimas. Depois, o mancebo arredou-se para outra vez submergir-se em seus pensamentos.

— Sr. Freitas... dizia Benedito; nunca ele soube que eu tinha visto, mas desconfiava, até que um dia...

“Era de tarde; nhanhã Alice estava brincando com seu carrinho dela, e veio nhonhô e tomou o carrinho. Nhanhã pôs-se a chorar e foi fazer queixa ao pai. Então eu disse: “E ela não tomou tudo que tinha de ser dele?” Senhor entendeu: “O que é de um é de outro: eu prometi a Deus fazer esse casamento, Benedito!”

Mário interrompeu arrebatadamente o preto:

— Lembra-te bem; interroga tua memória!... Cuidas tu que ele safou a mão, por fraqueza... só, ou pelo... dinheiro?... Fala! Foi uma cobardia ou um roubo?

— Quem pode saber? Mas parece que ele teve medo...

— Medo!... repetiu Mário com um riso estridente. Não; ele é valente.

Ouviu-se um grito, que parecia articular o nome de Benedito;