do rio, o Cabelleira, que havia tomado a direcção da engenhoca, dava a volta do caminho, e descobria a casa envolta em chammas cujo clarão sinistro illuminava a estendida solidão. Em breves instantes achava-se entre os companheiros, e cortava, como vimos, a porfia do Trovão e do Mulatinho sobre a posse de Luiza.
— Luizinha! exclamou o bandido. Tu me pertences.
— Que dizes, Zé Gomes? interrogou Joaquim sem poder bem comprehender o que ouvira ao filho, que lhe pareceu hallucinado.
— Digo o que é. Houve tempo em que juramos, eu e ella, pertencer-nos na mocidade. Chegou a occasião.
— Atreves-te a fallar-me em juramento! Não sabes o que estás dizendo. Esta mulher é minha, e quem fôr homem que se metta a vir tomar-m’a.
Ainda bem não havia proferido estas palavras quando o Cabelleira puxava da faca dando mostras de querer ferir com ella o seu interlocutor.
— Zé Gomes! gritou este. Já te esqueceste de que sou teu pai?
— Não tenho pai; só tenho mãi que me ensinou o caminho do bem; pai nunca tive nem