tenho. Não é meu pai aquelle que só me ensinou a roubar e a matar.
— Zé Gomes, olha bem o que dizes! redarguiu Joaquim, medindo o filho com olhar ameaçador e terrivel.
— Já lhe disse, retorquiu o mancebo sobreexcitado pela opposição do velho, ao qual se atirou com furia brutal para lhe arrancar das mãos os pulsos de Luiza afogada em prantos e soluços.
Joaquim resistiu. Os outros malfeitores reuniram-se em torno daquellas duas hyenas que ameaçavam despedaçar-se mutuamente. Mas não houve um só d’entre tantos que tentasse compor os discordes.
Cabelleira brandiu emfim a faca contra o velho.
Neste momento voz chorosa e soluçada resoou na solidão. Foi a voz de Luiza.
— Cabelleira, disse ella, terás animo para ferir teu pai?!
O braço do bandido descahiu em continente como si aquella voz lhe tivesse cortado os musculos athleticos.
— Meu pai! exclamou o desgraçado. Um pai não toma a mulher de seu filho. Mas já que o queres, fica-te com ella, acrescentou voltando-se para Joaquim. Cabelleira vai desapparecer para sempre, e sem o seu