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Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/262

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— Prepara os bejús, Mariquinhas, disse o Marciano a uma rapariguinha morena e cacheada que, com as mangas arregaçadas, lavava em um alguidar uma porção de massa.

Mariquinhas sorriu e continuou no seu trabalho que lhe absorvia toda a attenção.

Pouco depois chegaram dous cunhados de Felisberto, que tinham feito parte do regimento volante da freguezia.

— Então que fizeram? perguntaram muitos a uma voz logo que os viram entrar.

— Nada. Vossês pensam que pegar o Cabelleira é o mesmo que raspar mandioca, ou comer farinha molle?

— Não o viram nem com os olhos, seu Quinquim?

— Qual, senhor! Cabelleira de minha vida!

— Encontramos muita onça, e muita cascavel, mas do Cabelleira nem novas nem mandado. Ha quem diga que elle a esta hora já está nos sertões dos Cairirys.

— Qual Cairirys, senhor! Amanhã hei de dar com esse dunga, disse o Marcolino.

— O compadre Marcolino jura que o viu hoje junto das cachoeiras do rio, acrescentou o Marciano.

— Mas não nos mostrou o cabra durante todo o dia, respondeu Agostinho.

— Está bem, senhores, não fallemos mais