Página:O demônio familiar.djvu/102

Wikisource, a biblioteca livre

por isso é que me caso.

PEDRO – Moça muda muito vista na sala!

AZEVEDO – Que queres dizer?

PEDRO – Modista faz milagre!

AZEVEDO – Então ela não é bem feita de corpo?

PEDRO – Corpo?... Não tem! Aquilo tudo que senhor vê é pano só! Vestido vem acolchoado da casa da Bragaldi; algodão aqui, algodão aqui, algodão aqui! Cinturinha faz suar rapariga dela; uma aperta de lá, outra aperta de cá...

AZEVEDO – Não acredito! Estás aí a pregar-me mentiras.

PEDRO – Mentira! Pedro viu com estes olhos. Um dia de baile ela foi tomar respiração, cordão quebrou; e rapariga, bum: lá estirada. Moça ficou desmaiada no sofá; preta deitando água-de-colônia na testa para voltar a si.

AZEVEDO – E tu viste isto?

PEDRO – Vi, sim senhor; Pedro tinha ido levar bouquet que