Página:O demônio familiar.djvu/37

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EDUARDO – Cala-te!

AZEVEDO (acende o charuto) – Obrigado!... Eis o que se chama em Paris – parfumer la causerie!

CENA XIII

EDUARDO, AZEVEDO

EDUARDO – Com que então, vais te casar? Ora quem diria que aquele Azevedo, que eu conheci tão volúvel, tão apologista do celibato...

AZEVEDO – E ainda sou, meu amigo; dou-te de conselho que não te cases. O celibato é o verdadeiro estado!... Lembra-te que Cristo foi garçon!

EDUARDO – Sim; mas as tuas teorias não se conformam com esse exemplo de sublime castidade!

AZEVEDO – Considera, meu caro, a diferença que vai da divindade ao homem.

EDUARDO – Mas enfim, sempre te resolveste a casar?

AZEVEDO – Certas razões!

EDUARDO – Uma paixão?

AZEVEDO – Qual! Sabes que sou incapaz de amar o quer que seja. Algum tempo quis convencer-me que o meu eu amava a minha bête, que era egoísta, mas desenganei-me. Faço tão pouco caso de mim, como do resto da raça humana.