— Anjo de bondade, tu és o orvalho que reanima a planta queimada do sol. és a chuva que abranda o fogo do deserto, és o pão que mata a fome ao faminto, és Deus, és Tudo...
E abraçava-a, soluçante.
— Izabel, meu anjo da guarda, meu paraiso, minha salvação... Abençoado o momento em que te encontrei na vida...
Repousava a cabeça no collo da moça e ficava a soluçar baixinho, emquanto Izabel lhe alisava maternalmente as melenas revoltas.
Realizado o casamento, Theophrasto deu de procurar emprego, ganho de subito furor. Passava os dias fóra de casa, na "labuta", e só vinha para as refeições, cançado.
— Uff! Não posso mais...
— Conseguiste alguma coisa?
— Promessas, por emquanto.
Izabel revoltava-se contra a dureza dos homens. Por que motivo repelliam assim creatura tão boa, tão honesta, tão esforçada, e de tanta capacidade? Todos se arrumavam, aqui, alli, bem ou mal; só Theophrasto se debatia em vão... Porque? Tres mezes já de caça ao trabalho e nada...