Página:O macaco que se fez homem.pdf/75

Wikisource, a biblioteca livre
Tragedia de um capão de pintos
69

— Póde ser mil coisas. A linguagem dos homens varia, ora quer dizer isto. ora aquillo. Mas que não é coisa boa, affirmo-te.

Nesse dia o capão, seguido dos orphãos. recolheu-se ao pouso habitual sem a despreoccupação de outr'ora. Custou a conciliar o somno. Não the sahiam da cabeça as palavras mysteriosas e de sentido inapprehensivel.

Por fim dormiu e sonhou. Sonhou que ao lado do Barroso jungiam ao carro o pobre marrequinho. O sonho virou pesadelo e Péva soffreu horrores ante o quadro do filho adoptivo a debater-se sob a monstruosa canga...

No dia seguinte, no momento da ração de milho, Ti'Pio de um bote agarrou o marreco pelas pernas e se foi com elle a debater-se rumo da Cozinha.

Afflictissimo, tomado de immenso desespero, Péva inda alimentou esperanças de vel-o voltar. Mas a noite veio e com ella a primeira desillusão da sua vida. Nada de marreco. Pela manhã, nada. Meio dia, nada.

A' hora do jantar encontrou Vinagre roendo uns ossos no terreiro.