O MANDARIM
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gaio!... Se eu entregasse metade dos meus milhões ao thesouro chinez, já que não me é dado pessoalmente aplical-os, como Mandarim, á prosperidade do Estado...? Talvez Ti-Chin-Fú se calmasse...
O general pousou-me paternalmente a vasta mão sobre o hombro:
— Êrro, consideravel êrro, mancebo! Esses milhões nunca chegariam ao thesouro imperial. Ficariam nas algibeiras insondaveis das classes dirigentes: seriam dissipados em plantar jardins, colleccionar porcelanas, tapetar de pelles os soalhos, fornecer sêdas ás concubinas: não alliviariam a fome d’um só chinez, nem reparariam uma só pedra das estradas publicas... Iriam enriquecer a orgia asiatica. A alma de Ti-Chin-Fú deve conhecer bem o Imperio: e isso não a satisfaria.