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Página:O precursor do abolicionismo no Brasil.pdf/144

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SUD MENNUCCI

sistema de amparar os seus protegidos por meio de manobras, quiçá mesmo de chicanas, que denunciavam o futuro e perigosissimo rabula que deveria vir a ser, e pondo assim a coberto das unhas dos senhores quantos escravos pudessem apelar para dispositivos expressos das leis em vigor.

Pressentindo que o prestigio politico lhe traria novos alentos e novas facilidades para o seu apostolado, inscreveu-se nas hostes liberais, porque nestas militavam os homens mais inclinados ás medidas que facilitassem uma lenta e gradual extinção da escravatura. Com a impetuosidade e o calor que Gama, como todos os lutadores destemidos e audazes, punha em todas as iniciativas a que se afeiçoava, não deixaria de em breve chamar sobre a sua cabeça as iras do partido contrario.

Colaborava ele, ainda por cima, nos jornais satiricos e humorísticos do tempo e nestes, como sempre, os pratos prediletos eram os sucessos políticos, cujas glosas são as que maiores inimizades e antipatias costumam determinar nos homens. Alberto Faria afirma que foi Gama quem fundou a imprensa humorística paulistana, criando o “Diabo Coxo”, que durou de 17 de outubro de 1864 a 24 de novembro de 1865, com a colaboração sistematica do celebre ilustrador Angelo Agostini.

De 30 de outubro de 1866 a 1.º de outubro de 1867, Americo de Campos e Antonio Manuel dos Reis editaram o “Cabrião” e neste tambem colaborou intensamente o nosso negro, sob o pseudonimo de “Barrabraz”. Da mesma