para demonstrar a nova vitalidade do cenáculo literário recomposto.[1]
Lancei-me, assim, no cumprimento da parte que me tocava, á cata de dados e informações que me permitissem fixar a fisionomia do homem que dava o nome á poltrona antes ocupada por Alberto Faria, o de Campinas. Confesso que pouco, pouquissimo sabia da vida desse pioneiro da abolição. Alem da "Bodarrada", meus conhecimentos não iam muito alem do que os mestres ensinam nas escolas, ao estudar as lutas pela eliminação da escravatura, e se escoravam sobre as páginas de Silvio Romero, na sua "História da Literatura Brasileira".
Voltei de minha peregrinação em busca desses dados, verdadeiramente estupefacto. Descobrí uma fila numerosa de trabalhos, na sua maioria artigos de jornais e de revistas, que se propoem contar a vida do insigne baíano. Ha dezenas deles, alguns extensos e já incorporados a livros, mas nos quais não se revela a mínima tendência para uma pesquiza histórica rigorosa. Andei atraz de pistas que me conduzissem a encontrar o arquivo individual de Luiz Gama e nada conseguí adiantar. Ninguem sabe nem mesmo se existiu.
- ↑ A decisão ficou, como sempre acontece em tais instituições, incumprida até hoje. Apenas Artur Mota, para suprir a falha, abalançou-se a criar, com a ajuda de Rubens Amaral, a «Página da Academia», no suplemento literário dominical da «Folha da Manhã», fazendo sucinto estudo de cada poltrona, desde o patrono ao ocupante da hora. Assim mesmo, não chegou a estudar a metade das cadeiras.