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Quando, junto á lareira, as folhas lividas
Deslembrarei de meu sombrio drama?
Douda esperança! as estações succedem-se
E sem um gozo vou descendo á campa.
O exilado está só por toda a parte!
Brandas aragens, que roçais fagueiras
Das maravilhas nas cheirosas frontes,
Aves sem patria, que cortais os ares,
Irmãs na sorte do infeliz romeiro,
Ah! levai um suspiro á patria amada,
Ultimo alento de cansado peito.
O exilado está só por toda a parte!
Quando nas folhas de lustrosos platanos
Novos luares descansarem gratos,
Já sobre a estrada de meus pés os traços
O pegureiro não verá, que passa!
Misero! ao leito de final descanço
Ninguem meu somno velará chorando.
O exilado está só por toda a parte!