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Outro bem, outro amor, outro desejo;
Como inimiga, emfim, de ti fugindo.
Mas o misero amante, que o sobejo
Mal empregado amor lhe defendia
Ter de tamanha fé vergonha ou pejo;
Da falsífica Nympha não sentia
Senão que o frio do gelado Rheno
Os delicados pés lhe offenderia.
Ora se tu vês claro, amigo Almeno,
Que d'Amor os desastres são de sorte,
Que para matar basta o mais pequeno,
Porque não pões hum freio a mal tão forte,
Qu'em estado te põe, que sendo vivo,
Ja não se entende em ti vida nem morte?
ALMENO.
Agrario; se do gesto fugitivo,
Por caso de fortuna desastrado,
Algum'hora deixar de ser captivo;
Ou sendo para as Ursas degradado,
Adonde Boreas tẽe o Oceano
Co'os frios Hyperboreos congelado;
Ou donde o filho de Climene insano,
Mudando a côr das gentes totalmente,
As terras apartou do trato humano;
Ou se ja por qualquer outro accidente
Deixar este cuidado tão ditoso,
Por quem sou de ser triste tão contente;
Este rio, que passa deleitoso,
Tornando para traz, irá negando
Á natureza o curso pressuroso.
As cabras por o mar irão buscando{178}
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Aspeto