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Comtudo, no passado uma esperança
Tanto amor e ventura promettia...
E uma virgem tão doce, tão divina
Nos sonhos junto a mim adormecia!...
Quando eu lia com ella — e no romance
Suspirava melhor ardente nota,
E Jocelyn sonhava com Laurence
Ou Werther se morria por Carlota,
Eu sentia a tremer, a transluzir-lhe
Nos olhos negros a alma innocentinha,
E uma furtiva lagrima rolando
Da face della humedecer a minha!
E quantas vezes o luar tardio
Não viu nossos amores innocentes?
Não embalou-se da morena virgem
No suspirar, nos canticos ardentes?
E quantas vezes não dormi sonhando
Eterno amor, eternas as venturas,
E que o céu ia abrir-se, e entre os anjos
Eu ia me acordar em noites puras?