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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/149

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s ninfas.

E ao norte estendiam-se as grimpas de brava serrania, desde o Mare internum até ao Mare magnum Atlancticum, onde os barcos peregrinos do aventureiro foram buscar entre seus gelos a Thule misteriosa desse nevoento Mare Germanicum, que banhava o longo das costas calcárias da Britânia de Júlio César, do norte da Gália, desse costeal escandinavo da Gótia e do Chernoseno Címbrico, em cujas obras se escondiam os veleiros iates dos piratas northmans e dinamarqueses e as enseadas dessa indomável cordoalha dos Pictos e Escotos, os terríveis invasores da Britânia, que a fizeram no optar de duas escravidões preferir a Saxônia... lá essa Caledônia, onde nas brumas árticas as ventanias das Orcadas rugiam como ululadas de afogo nos basaltos gigânteos e fatídicos da escura caverna do Fingal.

Não nos cabe o historiar fatos da Península, nem despertar alentos dessas idades antigas. Lenda de brios e afanosas valentias, sabem-no todos, foi sempre a desses homens das montanhas iberas, onde o estrangeiro, ao embrenhar-se a medo no mugir das torrentes, no ramalhar dos arvoredos diluvianos, aos ventos do inverno, ouvia acordes dos mil vozeios terríficos da Tessália de Ésquilo - esse concerto dolorido de ânsias e gemidos das florestas do Cremis, das valadas do clivoso do Eta, dos picos vertiginosos e rotos a pino das cordilheiras Combuciras e dos pantanais do Sperchio, no assombro