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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/150

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escabroso e ínvio de um mundo estranho aos homens da Itália, perdidos por uma natureza de aluviões cataclísticas em despenhadeiros surdos, ao pendor dos cumes côncavos e nus dos montes agourentos.

Quando, depois que as armas do Aragonense, filho de Joana - a castelhana, correram desde o cimo das Alpuxarras, pelo langor das planícies sevilhanas, como montanhas de gelo despegadas das cumiaias alpinas, a raça agarena e as coranitas hordas Bereberes e Almogaures passaram fugitivas, como sombras, a Mourama, donde o apelo vingativo do conde Julião ( o pobre vassalo, o pobre pai, cujas barbas de velho se enlodaram da afronta de D. Cava Florinda, pelo amor voluptuoso do destronador de Vitiza), a voz do governador de Septum as despertara de seus sonhos de Espanholas, pelas veigas onde ao azular das águas do Bétis entre as aldeias turdetanas se revelara nos verdegais dos vergéis de Córdova, a voluptuária Córdova, donde contos lascivos iam embeber nas auras do além da Bética as visões arabescas da Mauritânia tingitana, pelo afã das noites quentes das paragens do deserto... então quando, repetimos, a raça islamita abandonou em meio o seu vislumbre de festas luxuriosas, seus romais floreados, seus alhambras de rendas marmóreas... nesse misto de civilização romano-gótica das gentes bárbaras de Sertório e Viriato e da província cartaginesa, onde as muralhas de Sagunto e Cartago - a nova, se tinham abalado às gritas bélicas dos