mostrar a sua ginástica de jogral da seita erudita de sir Walter Scott, o bardo que ao depois, no poetar de Byron, foi "o Ariosto da Inglaterra, como Ariosto fora o Walter Scott da Itália".
O que eu disse dos dramas do Sr. Mendes Leal, não exclui gabos de trechos verdadeiramente dramáticos, essencialmente muito poéticos, em maior grau nos Dois Renegados, a obra primeira, porventura a obra-prima pelo passar do crisol do poeta do Camões e de Fr. Luiz de Souza. Mas o que é de lamentar ao melodioso lamartiniano das MeditaçõesSonhei-a, das Indianas, da Rosa branca e de tanta poesia linda é a pobreza de enredo, a monotonia das suas heroínas e sempre a mesma beleza:
- "O rosto de um jaspe frio, um gelo imóvel
- Em que vida não há;
- E em formosura a triste inda primava,
- Ermo lírio abatido,
- Estátua qu'rida d'escultor poeta,
- Querubim perdido
- Sonho d'alma em noite melancólica,
- Visão da madrugada,
- Sem luz, sem cor, vestida de vapores,
- De névoas coroada."
São sempre as virgens alvas, como passam às vezes nos romances de Scott e nos sonhos de Burns, o mancebo elevado