Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/229

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(Num caminho. Satan montado num barro preto; Macário na garupa.)

Macário: Pára um pouco teu burro.

Satan: Não queres chegar?

Macário: É que ele tem um trote inglês de desesperar os intestinos.

Satan: E contudo este burro descende em linha reta do burro em que fez a sua entrada em Jerusalém o filho do velho carpinteiro José. Vês pois que é fidalgo como um cavalo árabe.

Macário: Tudo isso não prova que ele não trota danadamente. Falta-nos muito para chegar?

Satan: Não. Daqui a cinco minutos podemos estar à vista da cidade. Hás de vê-la desenhando no céu suas torres escuras e seus casebres tão pretos de noite como de dia, iluminada, mas sombria como uma essa de enterro.