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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v3.djvu/112

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talvez sentir no crânio
A alma de Goethe e reunir na fibra,
Byron, Homero e Dante;
Sonhar-se num delírio momentâneo
A alma da criação e o som que vibra
A terra palpitante...
 

XV

Mas ah! o viajor nos cemitérios
Nessas nuas caveiras não escuta
Vossas almas errantes,
Do estandarte da sombra nos impérios
A morte — como a torpe prostituta -
Não distingue os amantes.
 

XVI

Eu pobre sonhador... em terra inculta,
Onde não fecundou-se uma semente,
Convosco dormirei...
E dentre nós a multidão estulta
Não vos distinguirá a fronte ardente
Do crânio que animei...