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Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/215

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OBRAS POETICAS
207

A formosa Pantéia ao nobre Araspe;
Se na dádiva bela de Campaspe
Ao namorado Apeles, glória tanta
Te adquire, ó Macedônio, a voz que canta
Teu nome inda por toda a redondeza,
Vê quanto mais se avança esta grandeza,
Com que de uma paixão a rebeldia
Doma, e castiga o esplêndido Garcia.

Convém o Herói e espera que domado
O Monaxós, e à Religião chamado
Se veja por tal modo; do projeto
Se faz parcial Faria; turvo o aspecto
O Índio tem a tanta ação, nem sabe
Como no coração de um homem cabe
Subjugar tão valente a paixão dura,
Que inspira amor. Neágua se procura
Unir à companhia; as outras ficam
Entregues ao favor dos que se aplicam
A povoar entanto aquela margem.
Despedem-se; e Albuquerque, pela vargem
Que ali se estende, a marcha ao centro guia;
De Borba tendo pronta a companhia,
E dos mais, parte em tropas do Gentio,
E das Velhas o nome impõe ao Rio.



CANTO V


Magnífica, esquisita arquitetura
De um templo guarda o abismo, onde a figura
Ao preço da matéria corresponde;
Lá no mais fundo dos altares, onde
Arde em perpétuo fumo o rendimento,
Tem o Interesse seu dourado assento.