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Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/253

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Fia o
Rei se adiante o novo Empório:
Em trinta arrobas de ouro faz notório
Por esta vez o Povo o seu tributo,
E agradecido o Rei conhece o fruto
Da tua persuasão, sem que a violência
Arrastasse os esforços da prudência.
Do teu Antecessor seguindo a estrada,
Passas a ver com glória edificada
A Vila que escondida o Fado tinha
Com o precioso nome da Rainha;
E no distante Serro se levanta
A outra, que do Príncipe se canta;
Ditosas povoações, que hão de algum dia
Encher de lustre a Lusa Monarquia.

Criadas as três Vilas, já demarcas
Os distintos limites das Comarcas:
Dás com próvida mão leis, e moderas
As discórdias civis; já consideras
Domado o povo, e em sucessão gloriosa
Ao claro Almeida entregas a preciosa
Porção das Minas do Ouro: ó tu, mil vezes
Digno filho de Marte, que os arneses
Acabas de romper entre os Iberos;
Que ousados braços, que semblantes feros
Te não cabe aterrar! Ao longe eu vejo
Erguer-se a multidão, que em vão forcejo
De atrair e render; vem arrastando
Infames Chefes o atrevido bando:
Chegam, propõem, disputam; nem se nega
Teu intrépido rosto à fúria cega
Do fanático orgulho. Ah! não se engane
O Vassalo infiel; bem que profane,
Que ataque e insulte a Régia Autoridade,
Ao destroço da vil temeridade