Página:Os Esquecidos no Processo de Independência.pdf/9

Wikisource, a biblioteca livre

Lucia Maria Bastos Pereira das Neves Os esquecidos no processo da Independência: uma história a se fazer

Almanack, Guarulhos, n. 25, ef00220, 2020

http://doi.org/10.1590/2236-463325ef0022

preocupações afloraram - a participação das camadas populares; a independência e a formação de identidades nacionais; o debate político e o estudo do vocabulário político; a formação de espaços de sociabilidade[1] -, enriquecendo a qualidade do debate sobre a Independência[2] Para além dessas questões, surgiram também estudos acerca das várias partes do Brasil no momento do processo da emancipação política[3], demonstrando a complexidade existente entre as diversas províncias e a Corte fluminense, como já apontou com maestria Evaldo Cabral de Mello, ao afirmar que a “fundação do Império é ainda hoje uma história contada exclusivamente do ponto de vista do Rio de Janei-

9

Forum

  1. Cf., entre outros, KRAAY, Hendrik. A invenção do Sete de Setembro, 1822-1831. Almanack Braziliense, São Paulo, n. 11, p. 52-61, 2010; RIBEIRO, Gladys Sabina. A liberdade em construção: identidade nacional e conflitos antilusitanos no Primeiro Reinado. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002; JANCSÓ, István; PIMENTA, João Paulo G. Peças de um mosaico (ou apontamentos para o estudo da emergência da identidade nacional brasileira). In: MOTA, Carlos G. (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000): formação: histórias. São Paulo: Ed. Senac, 2000. p. 127-171; PIMENTA, João Paulo Garrido. Estado e nação no fim dos impérios ibéricos no Prata (1808-1828). São Paulo: Hucitec, 2002; OLIVEIRA, Cecília Helena L. de Salles. A astúcia liberal: relações de mercado e projetos políticos no Rio de Janeiro (1820-1824). São Paulo: Icone, 1999; COELHO, Geraldo Mártires. Anarquistas, demagogos e dissidentes: a imprensa liberal no Pará de 1822. Belém: CEJUP, 1993; NEVES, Lucia Maria Bastos Pereira. A “guerra de penas”: os impressos políticos e a independência do Brasil. Tempo, Rio de Janeiro, n. 8, p. 41-65, 1999; LUSTOSA, Isabel. Insultos impressos: a guerra dos jornalistas na independência: 1821-1823. São Paulo: Companhia das Letras, 2000; MOREL, Marco. As transformações dos espaços públicos: imprensa, atores políticos e sociabilidades na cidade imperial (1820-1840). São Paulo: Hucitec, 2005; e BARATA, Alexandre Mansur. Maçonaria, sociabilidade ilustrada e Independência do Brasil (1790-1822). São Paulo: Annablume, 2006.
  2. Para outras análises sobre a historiografia da Independência, cf. COSTA, Wilma Peres. A Independência na historiografia brasileira. In: JANCSÓ, István (org.). Independência: história e historiografia. São Paulo: Hucitec, 2005. p. 53-118; MALERBA, Jurandir (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006; e PIMENTA, João Paulo Garrido. A Independência do Brasil: um balanço da produção historiográfica recente. In: CHUST, Manuel; SERRANO, José Antonio (ed.). Debates sobre las independencias iberoamericanas. Madrid: Iberoamericana, 2007. p. 143-157.
  3. Sobre o estudo da Independência em outras províncias cf., sobretudo, os artigos que constituíram o livro organizado por JANCSÓ, István (org.). Independência: história e historiografia. São Paulo: Hucitec, 2005.