diz tranquillamente: cælaturam Venetam in primis præ se ferentes. E assim, por uma traducção de má fé ficou estabelecido que antes dos Portuguezes alli tinham estado Venezianos. E quando Pascaaligo affirma que a terra descoberta por Gaspar Côrte-Real até ahi nunca fôra vista por ninguem, Madrijuan traduz: terra até ahi a quasi todo o mundo desconhecida.[1] Mas, apesar d’isso, essas terras do norte figuraram por muito tempo nos mappas como terras dos Côrtes-Reaes. Na Terra Nova, no Canadá, no golpho de S. Lourenço conservaram-se nomes portuguezes que se reconhecem atravez da adulteração, como Por Baye bahia da Torre, Mira, Minas, Porto-Novo, transformado em Port-Novy, e o nome de Lavrador por tanto tempo consagrado difficilmente se pode attribuir a outra linguagem que não seja a portugueza. Felizmente são escriptores americanos e dos mais notaveis que defendem a gloria portugueza e justificam as nossas reivindicações.[2]
- ↑ E. do Canto, Os Côrtes-Reaes, texto italiano a pag. 45 e 46, traducção latina de Madrijuan a pag. 47 e 48.
- ↑ São interessantissimas as indicações dadas a esse respeito pelo sr. Patterson, na sua magnifica memoria. A bahia de Fundy, diz elle, é evidentemente a Bahia Funda. Tambem nota que apparece lá o nome de Tanger, que não podia ter sido posto senão pelos portuguezes, senhores então d’essa praça, e sempre tão relacionados com ella.